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Resultados preliminares
Neste estudo, ainda que com um carácter exploratório, os resultados sugerem que as mulheres grávidas que experimentaram sessões de canto pré-natal com exercícios dirigidos a um tipo de fonação com maior ressonância subglótica, as participantes do GTV, apresentaram alterações no seu tipo de fonação neste sentido. Este aumento da ressonância subglótica parece resultar num timbre que parece ser compreendido por estas mães como uma experiência vibroacústica mais rica que as conecta melhor aos seus fetos. Este resultado explica assim a forte correlação positiva encontrada entre o timbre materno e a vinculação materno-fetal, embora esta vinculação tenha aumentado, de acordo com a escala MAAS, mais no grupo que vivenciou as sessões de musicoterapia, o GMT. Neste último grupo, a voz mais intimista dirigida ao “bebé imaginário” levou a que as mães diminuíssem a intensidade do seu som subglótico, explicando a correlação negativa encontrada para este grupo entre a vinculação materno-fetal e a intensidade sonora subglótica.
Embora sem diferenças significativas entre grupos, tanto pré quanto pós o período de intervenção, através da escala EADS observou-se um aumento dos níveis de ansiedade e stress para as participantes do GTV, possivelmente devido à crescente consciência do que poderia ser a qualidade de uma boa voz para um melhor vínculo com o feto. Em sentido contrário, foi observada uma diminuição dos mesmos níveis para as participantes do GMT e GC. Para os níveis de depressão observou-se uma diminuição tanto para as participantes do GTV quanto para as participantes do GMT, tendo sido uma diminuição mais pronunciada nestas últimas.
Embora não se tenham observados diferenças significativas entre os grupos para a variabilidade cardíaca do feto tanto pré quanto após o período de intervenção, observou-se uma maior variação de respostas cardíacas dos fetos dos grupos GTV e GMT durante os períodos de exposição à voz materna comparativamente aos perídos de silêncio. Nos fetos do GTV observou-se serem mais responsivos ao canto materno e à comunicação materna dirigida ao feto. No caso dos fetos do GMT observou-se uma maior responsividade durante os períodos da leitura da história e do canto materno.
Os recém-nascidos dos grupos GTV e GMT, sem diferenças significativas entre eles, apresentaram valores mais elevados de amplitude dos estados da escala NBAS comparativamente ao do GC.
“Saúde da mulher, bem-estar na gravidez e vínculo perinatal: contributos do canto pré-natal (SingingWomb)”
(2022.01750.PTDC) foi financiado pela FCT/MCTES (PIDDAC)
